quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Quebre o Silêncio

Dessa vez não ouvi som algum ao acordar,
Não havia som dos passarinhos na janela do quinto andar...
O céu com o azul opaco e nuvens estremecidas
E o cheiro da chuva que dominava o lugar, encantava-me, mas eu também não conseguia pronunciar os verbos e predicados...
Olhei em minhas mãos e enxerguei minhas veias,
Emocionei-me ao ver que por entre a pele havia vida.
Quando se anda muito tempo na escuridão
A luz cega os olhos e a alma se esconde por medo da claridade...
Há tempos atrás, fora o que acontecera comigo,
Esqueci como era observar o horizonte,
Esqueci a sensação de ter a brisa aos cabelos longos...
Por entre estes erros, encontrei uma vela ao caminho,
Que servia apenas como luz de rumo,
Como canto de aconchego, com graus elevados.
Então, por ela passei,
Gritei por entre o túnel escuro e então a claridade tomou o lugar,
De repente a vela tornou-se algo tão grande que palavras com acentos não explicam...
A roupa negra que havia em mim,
Despregou-se do meu corpo,
A brisa soprou meus cabelos longos, cortando-os a metade perfeita,
Senti-me mais leve, mais viva...
Para meu apartamento caminhei,
Ao chegar ao quinto andar, fechei a janela do meu quarto.
Não precisava de pássaros soando sua canção,
Também não precisava de efeitos sonoros humanos,
Apenas dormi, como nunca havia dormido, como nunca havia feito,
E ao acordar, meu sorriso foi maior do que toda a felicidade do mundo,
Porque a claridade saia dos meus batimentos cardíacos,
E assim iluminou o lugar, espantando as sombras escondidas por entre o edredom marrom.

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