sexta-feira, 26 de julho de 2013

Prólogo aos que Choram


Está sendo difícil terminar as noites em lágrimas, afogando as mágoas nesses copos sujos de esquina.
As frases dos livros me confundem, então, resolvi escrever um prólogo que nunca fizeram sobre como cessar essas lágrimas... Estou molhada, em consequência desses vários pingos que rolam dos meus olhos sem motivo, sem um por quê...
Eu sempre tive repulsa por pessoas erradas, com vidas estranhas, que seguiam a trilha de migalhas de pão de João e Maria, e, agora eu que sempre achei errado ser assim, segui esse caminho repugnante...
Fiz alguém chorar, agora não quero nem tentar viver feliz... Neste meu peito não bate nada, nem sei se deveria ter um espaço para ter uma máquina pulsante dessas. Percebi que sou podre por não conseguir coagular o sangue nas minhas veias, sou estranha, cheia de vícios sem virtudes... Cheguei ao ponto de não querer repetir tudo que falo para que meu cérebro não registre a informação passada, então, escrevo essas porcarias de palavras para não socar essas paredes brancas da sala...
Nesses dias abri um corte no pulso, não tenho orgulho disso, não senti dor, nem remorso, nem mostrei para alguém ter piedade de mim, ou ganhar atenção desnecessária... Apenas fiz por querer ver se ainda sou humana, se é normal ser fria...
Escrevi a maioria das coisas existentes aqui chorando, cantando, ouvindo músicas tristes que me fazem querer lembrar de você... Desculpe-me por tirar lágrimas dos teus lindos olhos, nunca quis te ver chorar, mas por favor, deixe-me sozinha até eu parar de respirar, porque um coração morto não é teu lugar meu querido... Não lhe culpo por tudo, apenas quero esconder-me para não ter que ver teus olhos tristes ao meu olhar, da mesma forma que já olhei para ti tempos atrás... Escrever sobre você é difícil, são tantas coisas, tantas risadas, lágrimas e palavras, quando lembro de ti vejo teu amontoado de dentes e a minha voz ao fundo com gargalhadas perguntando o por que de tanta felicidade...
Meu Deus, dói dizer que não quero mais te ver, mas este foi meu jeito de cessar nossas lágrimas...

PRÓLOGO AOS QUE CHORAM...

Finja não existir, finja não amar, porque amar dói, te destrói e faz você destruir a pessoa que te amou...
Já não sei qual a função do coração, me disseram que serve para manter o hospedeiro vivo... Pois então leve essa merda, porque já não vivo, não respiro e não preciso desse equipamento de emergência na tripulação de viajantes mortos...
Não preciso... Não quero... Não existo...

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