quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Aqui Jaz

Hoje eu parei para pensar,
Em como é tentar ficar, sem imaginar onde você deve estar.
Tirar teu nome dos meus lábios,
Sem acentuar o adeus das frases dos parágrafos.
Tu vais saber de mim,
Quando disserem que eu parti sem me despedir das fotografias tuas,
Tu vais ver, quando chegar para me visitar,
Os panos pretos tapando as janelas da sala de estar.
Lá do alto azul, irei ver tuas lágrimas,
Ao dizer meu nome em voz alta, sobre o caixão com meu corpo deformado...
Diga que sentirás falta do meu riso,
Que nossa história foi um prejuízo,
Quando não somamos os erros da tua partida.
Deixa assim, sem saber o fim.
Do começo do “The End” das histórias infantis.
Hoje tu sabes o que eu passei,
Foi triste, eu sei.
Ter que ouvir tua voz tremida ao dizer que já não há como concertar
Os erros do concreto da estatua com teu semblante encostado ao meu...
Tenho um corte no peito de cada história com teu nome,
Tenho cada marca d’água dentro dos meus olhos ao tentar lembrar
De como éramos, antes de tomarmos estradas diferentes sem pensar.
Agora os arredores deste lugar
Já tiraram o teu cheiro forte de cigarro de onde tu costumavas ficar.
Parei de chorar,
Por não haver lágrimas para derramar sobre os lençóis da minha cama,
Meus olhos opacos, sem brilho, por falta de liquido,
Procura te enxergar no espelho quebrado, onde joguei o quadro com tua foto sorridente.
Queimei os restos das cartas que tu escreveste para mim,
Teus presentes distribui ao vento,
Tuas lembranças deixei no tempo.
As verdades escondi por querer lhe fazer sorrir,
As mentiras, menti, para não revelar a verdade para ti...
Tarde de mais para querer colar teu rosto ao meu novamente,
Tarde de mais para o segundo voltar
E esperar aquele que partiu, aparecer para me buscar.
Agora escrevo versos,
Sobre alguém que já não quer ficar,
No mesmo lugar dos dias de abril.
Memórias vem e vão,
Lágrimas caem e secam,
Tua voz acalma e enfurece,
Meus nervos secam e o sangue escurece,
E tu meu querido já não está aqui para ver,
Como são meus dias sem a morfina que existe no teu abraço...
A tristeza irá passar,
Assim que eu parar de lembrar,
Da tua caminhada, do teu espaço ao meu lado,
Do teu cheiro na sala de estar,
Dos panos pretos que tapam a janela,
Porque agora morri,
E tu não apareceste para gritar meu nome sobre o caixão negro,
Tu sumistes e agora já não lhe vejo do alto do céu cinza,
Apenas espero em minha lápide uma visita tua,
E quando tu souberes,
E decidir levar flores mortas para mim,
Será tarde,
O pó do meu corpo morto será consumido pelos fungos da terra,
E da terra irá brotar flores pretas,
Batizadas com teu nome,
Até o vento forte, quebrar teu caule e o vento levará tuas folhas mortas,
Rumo aquele lago que sentei contigo...
Sinto como se o ar não existisse,
Mas compreendi, por não existir mais pulmões em meu peito,
Apenas carne morta, por debaixo da terra
Imunda, escura e úmida.

Aqui Jaz... Bruna Lima

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